APENAS TU…
A tua maneira diferente de ser
O teu modo de dizeres, penso em ti
O meu modo desajeitado, tímido, de me
desejares
A forma obscena de me amares
A criança que tens num corpo de mulher
Como
me sentes, como me queres, como me desejas
O teu jeito leve, simples, puro de
sentires o que te rodeia
Ingenuidade que não te deixa ver o que
te rodeia
Matreira, sentes tudo o que te envolve
Perdes-te em sentimentos
Alimentas-te de emoções, de desejos
Anseias apenas por ser amada, medo de
sofrer
Olho para a tua a tua imagem no meu
pensamento
Corpo nu, desnudado nos buracos da
rede que te cobre
Deixa adivinhar os traços com que te
esculpiram
Qual deusa do Olimpo, Deusa grega do
Amor
Do desejo, da loucura da entrega total
A irreverência que te move, apenas te destaca
No meio da multidão, que se movimenta,
atropelam-se
Surge a tua imagem, ao fundo, no meio
de nada
Indiferente a quem passa, a quem te
rodeia, apenas tu
Única, diferente, rebelde, fiel a ti,
á tua Alma
Luz no meio do silencio de luzes
Gritos abafados, gemidos profundos
Resultado de ti, da tua entrega total
em seres quem és
Recusa apenas de te envolveres no meio
de sombras
Sombras que se perdem no meio da Luz
Sombras que teimam em se acercar de ti
Sombras que jazem a teus pés
Luz que tu derramas….
Carlos Fonseca
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