quinta-feira, 5 de abril de 2012

Apenas Tu...


APENAS TU…



A tua maneira diferente de ser

O teu modo de dizeres, penso em ti

O meu modo desajeitado, tímido, de me desejares

A forma obscena de me amares

A criança que tens num corpo de mulher

Como  me sentes, como me queres, como me desejas

O teu jeito leve, simples, puro de sentires o que te rodeia

Ingenuidade que não te deixa ver o que te rodeia

Matreira, sentes tudo o que te envolve

Perdes-te em sentimentos                    

Alimentas-te de emoções, de desejos

Anseias apenas por ser amada, medo de sofrer

Olho para a tua a tua imagem no meu pensamento

Corpo nu, desnudado nos buracos da rede que te cobre

Deixa adivinhar os traços com que te esculpiram

Qual deusa do Olimpo, Deusa grega do Amor

Do desejo, da loucura da entrega total

A irreverência que te move, apenas te destaca

No meio da multidão, que se movimenta, atropelam-se

Surge a tua imagem, ao fundo, no meio de nada

Indiferente a quem passa, a quem te rodeia, apenas tu

Única, diferente, rebelde, fiel a ti, á tua Alma

Luz no meio do silencio de luzes

Gritos abafados, gemidos profundos

Resultado de ti, da tua entrega total em seres quem és

Recusa apenas de te envolveres no meio de sombras

Sombras que se perdem no meio da Luz

Sombras que teimam em se acercar de ti

Sombras que jazem a teus pés

Luz que tu derramas….



Carlos Fonseca

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